Entre os dias 9 e 12 desse mês, a Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras Domésticas (FENATRAD) junto ao Conselho Nacional das Trabalhadoras Domésticas (CNTD) realizaram reunião em Brasília com vários representantes da classe trabalhadora de todo o Brasil. Ao longo desses dias foram debatidos temas relevantes como discussões jurídicas, combate ao racismo e machismo, previdência social, fortalecimento dos sindicatos de trabalhadoras domésticas, estratégias para a ratificação da Convenção 189 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), lançamento de um aplicativo para smartphones que vai contribuir com a divulgação de informações relevantes para a categoria, além de um planejamento estratégico para as ações da Fenatrad e CNTD em 2017, bem como a manutenção e elevação de direitos para a categoria. Marcaram presença, também, Jana Silverman, da Solidarity Center; Mara Fertes, representando a secretária de mulheres da Central Única dos Trabalhadores (CUT); e Fabiane Simioni, da ONG Feminista Themis.
Análise de Conjuntura abriu as discussões
Logo na primeira mesa, em abertura ao evento, Jolúzia Batista, Socióloga e colaboradora do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (CFEMEA) e da Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), desenvolveu sobre a atual conjuntura do País. Entre outros temas, a Reforma da Previdência foi abordada por Lilian Marques, assessora da Direção Técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), principalmente sobre os prejuízos que poderão ser causados à classe trabalhadora, em especial às trabalhadoras domésticas. “Foi um debate muito importante onde interagimos com questionamentos diversos para mais informações sobre o que nos impõem”, disse Creuza Oliveira, Secretária Geral da FENATRAD; “Lilian foi pragmática ao informar que não existe déficit previdenciário e que parte da arrecadação que o governo não informa complementa o recolhimento e deixa um superávit, mas o povo não é informado”, completou Luiza Pereira, Presidenta da FENATRAD.
Racismo e Direitos das Mulheres
Maria Júlia Nogueira, secretária de combate ao racismo da CUT, falou sobre combater a execrável prática no mundo feminino do trabalho, inclusive no trabalho doméstico. O mercado de trabalho e os direitos dos negros caminham em sentidos iguais, porém, com distorções que impõem servidão e situações análogas ao trabalho escravo. A Mara Feltes, secretária de mulheres da CUT, falou sobre os direitos das mulheres e gênero, abordando a política liberal golpista do atual governo, principalmente com perdas de espaços de luta. “Já sentimos na pele e na alma esse desmando público do golpe e desse novo governo que nos retira o direito de lutar”, disse Creuza Oliveira.
Para finalizar, após planejar o próximo ano, a direção da FENATRAD avaliou o ano de 2016 e foram encontrados alguns pontos negativos como o golpe que destituiu a presidenta Dilma Rousseff, a violência contra os trabalhadores e a Reforma da Previdência; o Congresso de Trabalhadoras Domésticas e os avanços nas conquistas, como a sede da FENATRAD em Brasília e o encontro de advogados foram avaliados como pontos positivos neste ano que se finda e deixa a margem que o próximo seja de mais lutas e realizações.