“É uma honra dar nome a tão importante iniciativa”, disse Creuza Oliveira sobre coletivo de mulheres na Bahia

No último domingo (27), em Salvador, foi lançado oficialmente o Coletivo de Mulheres Creuza Oliveira, que reúne moradoras da comunidade do bairro da Mata Escura e bairros adjacentes.

Informações e trabalhos para fortalecimento social com as mulheres é a principal proposta do coletivo. A base é do Sindoméstico Bahia, mas se amplia para as mulheres das comunidades participantes, com palestras e temas como violência contra a mulher, extermínio da juventude negra, conscientização sobre raça, gênero e classe e tudo que envolver o universo feminino e os combates ao machismo pelo empoderamento delas.

“Já nos reunimos desde dezembro do ano passado e o projeto foi mostrado a Creuza. Esse foi o sexto encontro e agora ganha o nome de uma grande guerreira. O número de mulheres que nos procuraram aumentou e o apoio do Sindoméstico e da Rede Mulheres Negras da Bahia tem sido muito significativo no sentido de valorizar a mulher e trazer mais informação para a proteção”, disse Milca Martins, diretora do Sindoméstico Bahia e idealizadora do projeto.

“É um trabalho de valorização das mulheres e, consequentemente, das famílias, pois muitas dessas mulheres são chefes de família também”, pontua a sindicalista sobre as dificuldades vividas por muitas dessas mulheres trabalhadoras que são a principal fonte de renda em suas casas.

A proposta de nome foi em conjunto com a Rede de Mulheres Negras, que opta por nomes femininos e militantes para batizar coletivos e lugares públicos. Uma mulher que muito luta por seu povo precisa ser homenageada e sua história precisa ser contada. “Creuza fez uma mudança nas vidas das mulheres negras. Sua militância tem grande importância na luta pelos direitos. É uma história que precisa ser conhecida e essa é uma grande oportunidade”, disse Milca.

Creuza

Com uma história de luta desde sua infância, Creuza Oliveira, secretária geral da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad), sente-se honrada com a homenagem prestada pelo coletivo. “Me sinto lisonjeada! Entre tantos nomes de mulheres guerreiras ser homenageada dessa forma é, ao mesmo tempo, gratificante e aumenta a responsabilidade na luta.” Se a vida exigiu dela um esforço extremo para conseguir se erguer diante de tanta adversidade, a proposta de Creuza é que, diante de sua experiência, ela possa colaborar na produção de conteúdo para essas meninas e mulheres. Muitas até que poderiam ser usadas da mesma forma que ela mas que hoje têm perspectivas melhores. “O objetivo é trabalhar com as mulheres da comunidade em busca de creche e escola em tempo integral, cursos de formação, orientação, combater a violência e trabalhar o empoderamento e conscientização dessas mulheres nas questões de gênero, raça e classe e a constante luta contra a intolerância religiosa”, finalizou a homenageada.

Os encontros acontecerão sempre nos últimos domingos de cada mês e a expectativa do Coletivo de Mulheres Creuza Oliveira é que o número de participantes aumente e as possibilidades tenham igual crescimento para que os objetivos alcançados abram espaços para a renovação do pensamento dessas mulheres beneficiadas.

Veja fotos:

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