A Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Solidarity Center Brazil promoveram em Brasília, nos dias 19 e 20 de setembro, a Oficina de Consulta “Módulos de Treinamento sobre Organização e Negociação Coletiva no Setor do Trabalho Doméstico” com o objetivo de ajudar sindicatos de trabalhadores e trabalhadoras domésticas a desenvolverem visão coletiva e planos de ação que garantam acesso ao trabalho decente por meio de voz e representação.
Diante das atividades de orientação sobre estratégia de recrutamento, negociação coletiva, direitos no âmbito da Convenção 189 da OIT, Creuza Oliveira, secretária geral da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad), afirma que a oficina foi uma oportunidade de aprendizado: “discutimos sobre trabalho escravo e trabalho infantil e também sobre campanhas de sindicalização e negociação coletiva, que são fatores importantes da luta sindical pelos nossos direitos”.
Para Luiza Pereira, presidenta da Fenatrad, “é importante que haja os parâmetros para identificação dos sindicatos vulneráveis para que a união fortaleça e torne as entidades ainda mais participativas”. De acordo com Luiza, uma das maiores dificuldades está na criação dos acordos coletivos. “Para criar uma convenção coletiva, é necessário que os sindicatos patronais sejam regularizados e o Ministério Público do Trabalho ainda não entendeu que somos a base de apoio de outras profissões e que isso faz parte de uma geração de lucros, diferente da compreensão de que o patronato da atividade doméstica não obtém lucros”, afirmou a presidenta da Fenatrad.
Também estiveram presentes Francisco Xavier (Sindoméstico BA), Ana Maria Nascimento (Sindoméstico Acre), Cleide Pinto (Sindoméstico Nova Iguaçu) e Quitéria Santos (Sindoméstico SE) – diretores da Fenatrad -, que interagiram na oficina expondo pontos característicos e peculiares de suas bases de atuação. Ainda co-participaram no planejamento da oficina a própria Fenatrad e a consultora Adalgiza Bosi, que atuou como facilitadora em diversos assuntos, bem como Jana Silverma, do Solidarity Center.
