A Organização Não-Governamental Themis e a Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad), com apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT), lançaram na última quinta, 14, na Casa das Nações Unidas, em Brasília (DF), o aplicativo Laudelina, com o objetivo de promover os direitos das trabalhadoras domésticas e possibilitar a aproximação e engajamento da categoria.
Participaram do evento os sindicatos de trabalhadoras domésticas do Rio de Janeiro, Nova Iguaçu e Volta Redonda (RJ), Bahia, Campinas (SP), Pernambuco, João Pessoa e Campina Grande (PB), Pelotas (RS), Maranhão e Acre, além de parlamentares que apoiaram a criação do aplicativo, que poderá ser baixado pelo celular.
De acordo com Luiza Batista, presidenta da Fenatrad, o lançamento do aplicativo é mais um passo na evolução do trabalho doméstico: “As trabalhadoras domésticas podem comemorar a evolução de seus direitos e agora com mais uma fonte de informação, engajada nas mídias atuais e pronta para tirar dúvidas que possam surgir. é uma ferramenta que também servirá para os patrões se informarem mais e garantirem os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras domésticas do Brasil. Estamos em pleno avanço e não vamos parar por aí. A luta será sempre por mais direitos.”
O aplicativo conta com ferramentas como uma calculadora de benefícios e uma rede de contatos. O nome da ferramenta homenageia a ativista sindical e trabalhadora doméstica, Laudelina de Campos Melo (1904-1991), que teve sua trajetória voltada à luta contra o preconceito racial, subvalorização das mulheres e exploração da classe trabalhadora. Aos sete anos de idade Laudelina começou a trabalhar como trabalhadora doméstica, aos 16 anos deu início à sua atuação em organizações de cunho cultural, quando foi eleita presidente do Clube 13 de Maio, agremiação que promovia atividades recreativas e políticas entre os negros de sua cidade. Em Campinas (SP), em 1936, Laudelina fundou o primeiro sindicato das domésticas do Brasil.