Propostas de empregadores são incoerentes na 107ª Conferência Internacional do Trabalho

Tons jocosos, tentativas de desmoralização dos participantes e incoerências nas propostas têm sido recorrentes entre os representantes dos empregadores de países como Brasil, Cuba, África do Sul e Uganda

A comissão da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad) ainda está em Genebra (Suíça), no Palácio das Nações Unidas, participando da 107ª Conferência Internacional do trabalho, promovida pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Os trabalhos começaram no último dia 28 (segunda) e têm gerado discussões importantes sobre acerca de temas como igualdade de gênero e assédio no ambiente laboral.

Como não podia ser diferente, a Fenatrad está presente com seus representantes. Francisco Xavier, Maria Noeli e Luiza Batista, respectivamente diretores e presidenta da federação, junto com os parceiros do Solidarity Center, Central Única dos Trabalhadores (CUT), CONTRACS, CONLACTRAHO e FITH, além dos sindicatos de trabalhadoras domésticas do Brasil mantêm a luta por um trabalho doméstico digno no Brasil e no mundo.

Na última quinta (31), quinto dia de discussões, houve um embate provocado pelos representantes dos empregadores, impedindo avanços na criação de Convenção e Recomendação que protege os direitos dos trabalhadores no que se refere ao assédio no ambiente laboral. “Os representantes dos empregadores têm se mostrado irredutíveis e muitas vezes jocosos, alegando que a soberania das legislações de seus países, além de suas culturas não podem ser afetados”, disse Francisco ao comentar o embate desta quinta.  “Foi tumultuado!”, completou.

Para Luiza o primeiro momento foi para ajustar as reivindicações e entender quais os países que estão alinhados para melhores condições de vida e trabalho: “Apesar dos tons sarcásticos de alguns governos e da resistência que nos causou surpresas, vimos que houve alguns avanços e esperamos ratificar no ano que vem, entraram em um bom acordo entre todas as partes envolvidas”, explicou.

Há uma evidente intenção por parte dos empregadores em boicotar a Conferência. As sessões têm se prolongado e os embates não permitem que haja evolução nas tratativas. há tentativas de desmoralização das mesas ao promoverem piadas, desviando os focos de atenção dos presentes.

“Patrões praticam o assédio e não o contrário. Não faz sentido que eles tentem regulamentar proteção a eles mesmos. Isso seria retroceder no assunto”, afirmou Luiza.

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