Após 12 anos de Lei Maria da Penha os casos de violência contra as mulheres vieram à tona e viraram pautas das principais notícias, temas de palestras e campanhas nacionais de conscientização. Com a instituição da Lei, os casos passaram a ser denunciados e as mulheres tiveram coragem de enfrentar seus agressores. Na contramão da intervenção legal, as mulheres ainda enfrentam o preconceito de quem deveria resguardar-lhes os direitos. As delegacias especializadas ainda são poucas e as mulheres ainda se sentem acuadas diante dos tratamentos recebidos. “Ainda passamos pela violência do constrangimento e pelo despreparo de muitos policiais”, afirma Quitéria Santos, presidenta do Sindoméstico Sergipe. Os casos não estão limitados à violência doméstica. O feminicídio existe e atinge as mulheres como um todo. Pelo fato de ser mulher, homens assassinam e muitos seguem impunes. No entanto, a Lei Maria da Penha contribuiu para também gerar estatísticas e desenvolvimento de ações que buscam impedir a violência e tratar as ocorrências com a devida atenção. Trabalhadora doméstica Apesar de ser um fato ocorrido em outro país, o assassinato de Maribel Flores em Honduras desperta a atenção para a violência praticada por patrões contra as trabalhadoras domésticas. O mesmo machismo que por anos suscitou a ideia de serviços sexuais atrelados ao trabalho doméstico é o machismo que agride moral e fisicamente. “Denunciar é importante para que não haja impunidade. Hoje temos ferramentas que colaboram para a coleta de provas e a trabalhadora doméstica não deve se calar diante da violência”, disse Luiza Batista, presidenta da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad). “Sempre houve violência! Com a Lei Maria da Penha há mais visibilidade e os agressores podem ser punidos”, finalizou Quitéria.