Dia da Consciência – FENATRAD na luta pelos direitos das mulheres negras

Publicada no dia 20 de novembro 2020

Hoje (20) é celebrado o Dia da Consciência Negra. A data foi instituída oficialmente pela Lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011. Ela faz referência à morte de Zumbi, o então líder do Quilombo dos Palmares. O 20 de novembro tornou-se a data para celebrar e relembrar a luta dos negros contra a opressão no Brasil.

A data é feriado em algumas cidades brasileiras. Ela traz à pauta questões importantes: o racismo e a desigualdade da sociedade brasileira.

Para a categoria das trabalhadoras domésticas, representada na sua maioria por mulheres negras, o Dia da Consciência Negra é um marco na luta diária contra o preconceito racial e social.

Luiza Batista, presidenta da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (FENATRAD), afirma que dentro do contexto da luta das trabalhadoras domésticas está também a luta por justiça racial e contra o racismo.

“Somos descendentes de pessoas que vieram traficadas da África para aqui ser escravizada. Fomos nós que construímos as riquezas desse país, e hoje em pleno século XXI, infelizmente, ainda lutamos contra a falta de respeito à nossa raça, nossa cor, o preconceito, a discriminação. Lutamos ainda para garantir os direitos conquistados com muito sacrifício”, disse.

De acordo com Luiza Batista, a luta da FENATRAD e de todas as pessoas negras é mostrar as pessoas que o a cor da pessoa não faz de ninguém melhor ou pior. “Somos todos seres humanos, a nossa categoria é invisibilizada também porque foi o que nos restou quando do momento da abolição”, frisou.

“O dia 20 de novembro é para todas nós um dia de luta e resistência. Quando voltamos a afirmar a nossa importância enquanto seres humanos e a nossa importância na economia do país. Não foram as pessoas brancas que trabalharam sol a sol para construir as riquezas deste país. Hoje nós temos direitos, embora com muita dificuldade, mesmo assim, estando na lei, ainda nos deparamos com empregadores que nos desrespeitam. Hoje é o dia que temos para dizer: basta de racismo!”, ressaltou.

Para Maria Izabel Monteiro, presidenta do Sindicato dos Trabalhadores Domésticos do Município do Rio de Janeiro, com o fim da escravidão as mulheres negras ficaram sem opção profissional e políticas públicas para sua proteção. E as consequências refletem até os dias de hoje.

“A nossa luta é se concretizar, em respeito aos nossos direitos, como uma categoria composta por mulheres negras e cidadãs que pagam os impostos. E a justiça de direitos não esta na cor da pele e sim na dignidade humana”, disse.

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