Categoria das domésticas reclama do reajuste no preço do gás de cozinha

Publicada no dia 18 de janeiro de 2020

Uma das categorias mais afetadas pela crise econômica gerada pela pandemia do novo coronavírus, as domésticas, que lutam para sobreviver diante da falta de trabalho e desemprego, têm agora outro desafio: o valor do gás de cozinha.

Com o último reajuste de 6% no preço do gás de cozinha (GLP) para as distribuidoras, o consumidor poderá pagar R$ 93 pelo botijão de 13 quilos.

As trabalhadoras domésticas, que recebem geralmente um salário mínimo, se dizem impossibilitadas de adquirir o botijão. Além de enfrentar a alta nos preços de alimentos.

De acordo com Quitéria da Silva Santos, diretora do Sindicato dos Trabalhadores Domésticos de Sergipe, a situação está muito difícil para as domésticas. “Com o quadro atual, muitas vivendo de diária e não têm aquele trabalho certo, mensal”. 

Ela segue afirmando que “nossos direitos são cada dia mais afetados, e com o aumento no preço do gás, está difícil sobreviver neste país. Em Sergipe já há trabalhadoras queimando carvão, outras que estão utilizando graveto para cozinhar. Algumas ainda estão usando o álcool, correndo um sério risco de se acidentar”, disse.

“Uma família de uma trabalhadora doméstica com um gás a quase R$ 100. Isso é quase um décimo do salário-mínimo”, acrescentou.

Cleide Pinto, presidenta do Sindicato dos Trabalhadores Domésticos de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, questiona: “que país é esse? Estamos no meio de uma pandemia, com a alta taxa de desemprego, principalmente a nossa categoria, que tem que enfrentar o medo dos empregadores de nos colocar dentro de casa, e agora esse aumento no preço do gás. Aumentam o preço de tudo. Aqui no Rio já estão falando em aumentar a passagem de trem. A categoria está sem proteção?”, desabafa.

“Aqui no estado do Acre já comprei o botijão de R$ 94,00, ou seja, você vai fazer uma diária de R$ 100, tira o transporte de R$ 8,00 ainda falta pro gás. Eu já utilizo o fogareiro, pois a vida aqui no Acre é muito cara”, diz Erle Martins, Secretaria geral do Sindicato dos Trabalhadores Domésticos do Acre.

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