FENATRAD critica reajuste “irrisório” do salário mínimo

Publicada no dia 19 de janeiro de 2021

A Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (FENATRAD) critica o “irrisório” reajuste do salário mínimo. O Governo Federal anunciou no dia 1º de janeiro de 2021, o valor de R$ 1.100,00, aumento de R$ 55 em relação ao ano passado.

De acordo com Luiza Batista, presidenta da entidade, o reajuste do salário mínimo não pode ser classificado como aumento e sim como “irrisório”.

Luiza Batista explica que cinco estados têm salários mínimos estaduais. São eles: Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Segundo ela, o piso mínimo estadual está acima do piso mínimo nacional. Mas nos demais estados, principalmente na região Norte e Nordeste, é praticado o salário mínimo nacional.

“Sabemos que muitos empregadores tentam burlar e pagar menos. Mas, enfim, R$ 1.100,00. Aí tem o desconto 8% para recolher de previdência social, dá R$ 99″, diz.

Ela explica também que, de acordo com a legislação, o empregador pode descontar os 6%, referente ao vale-transporte, perfazendo R$ 66 de descontos. Essa soma totaliza R$ 165 de descontos. Portanto, a trabalhadora vai receber, líquido, R$ 945.

Neste contexto, Luiza Batista questiona: “Como se sobrevive nesta situação? Tem o aumento da conta de energia; da água; dos alimentos; o aumento exorbitante do botijão de gás”.

O preço do gás de cozinha sofreu um reajuste de 6% para as distribuidoras, o consumidor poderá pagar R$ 93 pelo botijão de 13 quilos. “Isso faz com muitas trabalhadoras voltem a cozinhar na lenha, ou no álcool, aumentando o risco de acidente”, alertou.

Luiza Batista abordou também a questão das trabalhadoras que fazem diárias. “As diaristas não têm nenhum vínculo empregatício, estavam sobrevivendo através do auxílio emergencial, que foi suspenso. O que esse desgoverno pretende fazer com o povo brasileiro? Como nós trabalhadoras e trabalhadores domésticos, vamos sobreviver com um salário de fome?”, questiona.

“A nossa revolta é maior porque continuam os privilégios dos políticos, continuam as filhas dos militares sem casar civilmente para não perder pensão. São muitas as injustiças sociais, muitos descasos. Esse país precisa passar por uma reforma profunda, onde as necessidades do povo sejam minimamente atendidas. E a nossa categoria precisa de respeito”, frisou a dirigente sindical.

Segundo ela, um governo não foi eleito para manter privilégios. “Faz-se necessário minimizar o sofrimento do povo”, acrescentou Luiza Batista.

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