Publicado no dia 21 de junho de 2021
Mulher trabalhava há 20 anos para casal sem registro, pagamento e convívio social. Um dos patrões foi preso em flagrante pela Polícia Federal.
Uma empregada doméstica foi resgatada de condições análogas à escravidão em São José dos Campos nesta sexta-feira (19) em operação conjunta do Ministério Público do Trabalho (MPT) e Polícia Federal (PF). Ela trabalhava há cerca de 20 anos sem registro e remuneração para uma família em um condomínio fechado. Um dos patrões foi preso.
De acordo com o MPT, a mulher havia sido contratada ainda na adolescência pela família e há 20 anos trabalhava sem acesso ou comunicação com pessoas fora da casa. O caso foi descoberto em abril deste ano, quando acionaram a Polícia Militar para a família com a denúncia de mais tratos.
Com a denúncia, o casal e a vítima foram a delegacia, onde a empregada contou que não tinha registro, acesso aos seus documentos pessoais ou convívio social há pelo menos 20 anos.
À época, o casal informou à polícia que fazia os pagamentos pelo trabalho direito para a mãe da funcionária, mesmo que não houvesse formalização. Após a ação da PM, eles chegaram a fazer o registro formal da funcionária enquanto o caso era investigado pelo MPT.
Nesta sexta-feira (18) a Polícia Federal cumpriu a ação de resgate da vítima do imóvel e a prisão de um dos chefes. Aos policiais, a vítima contou que, além das restrições, passou a ser alvo de ameaças constantes.
A funcionária vai receber as verbas indenizatórias de demissão e seguro-desemprego. Ela está sendo atendida pela assistência social da prefeitura de São José dos Campos. Os empregadores vão responder criminalmente.