Publicado no dia 7 de janeiro de 2022
Em entrevista à Roberto Souza, apresentador da Rádio Universitária FM (99,9), de Pernambuco, a coordenadora geral da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (FENATRAD), Luiza Batista, afirmou que nos últimos meses houve queda na renda da trabalhadora doméstica.
Segundo Luiza Batista, a queda ocorreu em decorrência de alguns fatores, como a inflação. “A inflação está aí a olhos vistos, quem trabalha ganhando salário mínimo não tem mais o poder de compra que tínhamos pelo menos há oito meses. Com a categoria das trabalhadoras domésticas, não é diferente. O salário está defasado. Desde 2016 que temos colhido retrocessos”, disse.
A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula alta de 9,26% no ano e de 10,74% nos últimos 12 meses, enquanto isso o salário mínimo em 2021 era de R$ 1.212.
Além disso, o aumento do valor dos combustíveis é outro fator que contribui para a queda da renda, pois aumenta o valor dos alimentos, impactando na vida econômica dos trabalhadores.
De acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), o preço da gasolina subiu cerca de 46% em 2021, o etanol, 58% e o diesel, 45%. Com isso, o preço médio do litro na bomba de combustível passou de R$ 4,52, entre 27/12/2020 a 02/01/2021, para R$ 6,62 entre 26/12/2021 a 01/01/2022.
Sete milhões de brasileiros (as)
Segundo a BBC News, em 2017 o país empregava cerca de 7 milhões de pessoas no setor – o maior grupo no mundo. São três trabalhadoras domésticas para cada grupo de 100 habitantes.
Se organizasse um encontro de todos os seus trabalhadores domésticos, o Brasil reuniria uma população maior que a da Dinamarca, composta majoritariamente por mulheres negras, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT).