“Avanço muito grande para a categoria”, afirma Luiza Batista sobre Luz Vida, subsecretária do Ministério da Mulher no Chile

Publicada no dia 23 de março de 2022

Nesta terça-feira (22), Luz Vidal Huiriqueo, 48 anos, assumiu o cargo de subsecretária do Ministério da Mulher e da Igualdade de Gênero no Chile. Ela foi trabalhadora doméstica e presidenta do Sindicato dos Trabalhadores em Casas Particulares (Sintracap).

Foto: Agência O Globo

A coordenadora geral da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (FENATRAD), Luiza Batista, afirma que a nomeação de Vidal “é um avanço para a categoria”.

Segundo ela, “o Chile finalmente voltou a ter um governo progressista na pessoa do presidente Gabriel Boric. São 14 mulheres no ministério na sua gestão. Inclusive, a ministra da Defesa é uma mulher, a neta de Salvador Allende [Maya Allende]. E existe a promessa de que a Reforma da Previdência será revista no país”, pontuou.

“Esses bons ventos vindos da Cordilheira dos Andes nos enchem de esperança para que neste ano tenhamos um governo progressista eleito pelo povo, e que o Brasil posso retomar o crescimento e a democracia”, disse.

“Precisamos votar para que o presidente Lula seja eleito e que possamos retomar o caminho do desenvolvimento, do crescimento e da democracia”, afirmou.

Perfil

Aos 22 anos, Luz Vidal começou a trabalhar como faxineira na casa de um ministro do Supremo Tribunal Federal do Chile Foi ali que se conscientizou cada vez mais de seus direitos trabalhistas.

Em 2008, quando carregava um cesto de roupa suja, caiu das escadas e teve o ombro deslocado. Seus empregadores à época — ambos médicos — em vez de examiná-la, lhe deram um remédio para a dor e disseram que, se ela quisesse ir a um hospital, teria que usar seus dias de folga. Vidal resistiu três dias sem tratamento até que uma colega lhe disse que aquilo era um abuso. Foi quando entrou para o sindicato, onde 13 anos depois acabou se tornando presidente.

Pelo seu histórico de lutas, o presidente do Chile, Gabriel Boric, a convidou para assumir o cargo.

“Uma mulher, que foi trabalhadora doméstica, como subsecretária do Ministério da Mulher e da Igualdade de Gênero no Chile, demonstra o quanto a nossa luta política deu visibilidade à categoria. Demonstra que as trabalhadoras domésticas também podem se articular politicamente. Também podemos estar em todos os espaços de poder. Isso é muito simbólico”, ressaltou Luiza Batista.

Lugar de mulher é onde ela quiser

Luiza Batista frisou ainda que “lugar de mulher é onde ela quiser”. E salientou que tem a expectativa de quê “nesta eleição muitas mulheres sejam eleitas, e nos representem. Mas não basta ser mulher  e estar na política, no Congresso Nacional. Ela precisa ser comprometida com as causas das mulheres. Com as causas sociais e das minorias, para dar apoio, sustentação e governabilidade ao presidente Lula no próximo ano”, afirmou.

Com informações do jornal O Globo

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