A Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (FENATRAD) repudia a agressão do major da Polícia Militar contra trabalhadora doméstica, no Rio de Janeiro. Imagens da câmera de segurança do elevador do prédio do major Bruno Chagas gravaram o momento em que ele dá um tapa na cara de Patrícia Peixoto. O caso ocorreu na segunda-feira (25).
A vítima disse que foi agredida depois de chegar atrasada no trabalho. O advogado de defesa da empregada doméstica, Alexandre Rangel, esteve na 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes) no mesmo dia da agressão para pedir medidas protetivas para Patrícia.
Em nota, a Polícia Militar informou que a Corregedoria da corporação já está com as imagens que mostram a agressão e que abriu uma investigação sobre o caso.
Luiza Batista, coordenadora geral da FENATRAD, afirma que “a impunidade estimula a criminalidade”. Segundo ela, “este é um exemplo clássico. Sabemos que este cidadão não será punido com os rigores da lei. A denúncia é feita, a mídia dá a repercussão, mas depois cai no esquecimento. O direito no Brasil para as pessoas pobres e negras está apenas no papel e não na prática. É uma vergonha. Este funcionário público devia deveria nos proteger e agride uma pessoa com palavras de baixo calão e com um tapa no rosto”, disse.
“Nós precisamos de mudanças profundas no nosso país. De uma Constituinte que de fato seja cidadã, pois a impunidade continua acontecendo. E as vítimas são sempre as pessoas pretas, pobres e periféricas, que sofrem com a falta de políticas públicas e com a falta de segurança, educação etc. Tudo isso precisa ser mudado de uma forma profunda”, frisou a sindicalista.
Luiza Batista disse ainda que “um cidadão de bem jamais agrediria uma pessoa da forma que ocorreu. Se prevalecer do fato de ser uma autoridade constituída e agredir a trabalhadora chegou atrasada. Ele poderia demiti-la, mas jamais agredi-la. A FENATRAD repudia veementemente a atitude deste major da PM e clama por justiça”, concluiu.