Luiza Batista repudia humilhação sofrida por diarista após anunciar voto em Lula

Publicado no dia 16 de setembro de 2022

Em entrevista, nesta terça-feira (13), para a Rádio Universitária FM de Pernambuco, a coordenadora geral da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (FENATRAD), Luiza Batista, repudiou a humilhação que a diarista, Ilza Ramos Rodrigues, sofreu pelo empresário do agronegócio, Cássio Joel Cenali.

Um vídeo que viralizou nas redes sociais mostrou o momento em que o bolsonarista estava entregando uma marmita à diarista. Ele questiona em quem ela irá votar. A trabalhadora respondeu que vai votar em Lula. Após a resposta, o empresário afirmou que não entregaria mais comida em sua casa: “A senhora peça para o Lula agora. Beleza?”, disse.

O caso ocorreu na cidade de Itapeva (SP). O autor da humilhação responde por uma série de processos no Tribunal de Justiça de São Paulo.

“Fiquei estarrecida quando vi o vídeo. Uma atitude sádica, cruel e desumana. Negar uma marmita a uma pessoa em condição de pobreza por conta de opção política é um absurdo. Que democracia é essa em que as pessoas perderam o direito de optar politicamente?”, questiona Luiza Batista.

A dirigente sindical falou ainda sobre a realidade vivida por uma diarista hoje em dia no Brasil. Segundo ela, uma diarista está ganhando menos de R$ 100,00. “As trabalhadoras domésticas neste desgoverno estão sem nenhuma proteção social. Elas estão trabalhando como diaristas porque não encontram mais um trabalho com carteira assinada. Como elas precisa ter uma renda mínima para sustentar suas casas e suas famílias, acabam se sujeitando a esta questão. E com isso elas ficam sem a proteção previdenciária”, disse.

Luiza Batista afirmou ainda que muitos empregadores negam alimentação às diaristas.

“Se eu estou trabalhando numa residência, eu estou preparando os alimentos, eu não tenho o direito de me alimentar? Em que século nós estamos? Isso é um absurdo! Este assunto nem deveria entrar em discussão. Se não quer dar o direito da trabalhadora se alimentar em sua casa, aumente o valor da diária para que ela tenha a condição de comprar o seu alimento. O que não pode é a trabalhadora passar o dia todo lavando, passando e cozinhando, e não ter direito a um prato de alimento. Isso é uma monstruosidade! As pessoas estão perdendo o senso de humanidade”, frisou.

“Eu espero que esse pesadelo acabe. Está sendo muito difícil para aqueles que nunca tiveram privilégios. O Brasil precisa voltar a sorrir, voltar a ser feliz. Esse país é rico. Ele tem condições de proporcionar uma vida digna aos seus cidadãos e cidadãs”, concluiu Luiza Batista.

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