Publicado no dia 20 de dezembro de 2022
O Conselho Estadual dos Diretos da Mulher do Rio de Janeiro (CEDIM/RJ) vai exibir nesta quarta-feira (21), 17h, o documentário “Eu Sou Nair Jane –A Luta das Trabalhadoras Domésticas”, produzido pela instituição em homenagem a esta importante representante da categoria. O CEDIM fica no Centro da capital fluminense, na Rua Camerino, 51.
O documentário foi dirigido por Carlos Pronzato, com roteiro de Elena Diniz, edição de Rafael Daguere, fotografia de Xeno Veloso e a assistente de produção é Luíza Donner.
Luiza Batista, coordenadora geral da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (FENATRAD) afirma que esta é uma justa homenagem a Nair Jane. “A nossa querida Nair Jane foi uma das interlocutoras na Constituição de 1988, junto com a companheira Lenira Maria de Carvalho, ambas estiveram com o deputado Ulisses Guimarães para lhe entregar as nossas pautas. É bem importante este resgate histórico. Nair é digna de todas as homenagens”, disse.
A sindicalista disse ainda que Nair Jane “é um dos nossos arquivos vivos, uma das mais antigas na luta. Uma mulher que, como Lenira e Creuza Oliveira, dedicou toda a sua vida à luta em prol das trabalhadoras domésticas. Devemos lhe prestar todas as homenagens para que ela sinta o reconhecimento do que é a sua vida de luta para todas nós”, frisou Luiza Batista.
Trajetória
Nascida no Maranhão, Nair Jane Castro Lima é trabalhadora doméstica aposentada e sindicalista ainda em atividade. Mulher negra, babá desde os noves anos, cuja história de vida reflete a de milhares de outras domésticas.
Nos anos 1960, vinculou-se à Juventude Operária Católica (JOC) e tornou-se presidenta da Associação Profissional das Empregadas Domésticas do Rio de Janeiro. No início da década de 1970, participando de sua transformação em sindicato, do qual se tornaria a primeira presidenta, em 1988.
Participou ainda da formação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e foi uma das fundadoras da Confederação Latino-Americana e do Caribe das Trabalhadoras Domésticas, em 1988, e do sindicato da categoria na Baixada Fluminense.
Em 2003, recebeu o Prêmio Bertha Lutz, do Senado Federal, e em 2019 foi homenageada com o “Diploma Mulher-Cidadã Leolinda de Figueiredo Daltro”, na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.