FENATRAD participa do Seminário: ‘O Brasil na Luta contra o Trabalho Escravo Doméstico: despertar para enfrentar!”

A secretária de Articulação Regional da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (FENATRAD), Lúcia Helena Conceição de Souza, e a diretora de Assuntos Jurídicos do Sindicato dos Trabalhadores Domésticos da Bahia (SINDOMÉSTICO/BA), Valdirene Boaventura, participaram nesta quinta-feira (27), do Seminário: “O Brasil na Luta contra o Trabalho Escravo Doméstico: despertar para enfrentar!”, em Brasília.

O seminário foi realizado pela Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (CONATRAE) e pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC). O evento fez referência ao Dia da Trabalhadora Doméstica, comemorado em 27 de abril, e teve o objetivo de dar visibilidade à data e aprofundar o debate sobre trabalho escravo doméstico com a Rede SUAS e a sociedade em geral.

Os painéis do evento discutiram ações e políticas públicas que visam à identificação de estratégias para o combate a essa grave violação aos direitos humanos que é a escravidão contemporânea.

Durante a programação, foram debatidos o conceito de trabalho escravo doméstico na perspectiva da transversalização de gênero, raça e trabalho infantil; as estratégias e desafios no pós-resgate de trabalhadoras domésticas nessa situação; e situações de alerta que ajudem a identificar quando as pessoas estão sendo vítimas destes crimes.

“O movimento sindical das trabalhadoras domésticas tem uma enorme relevância para as conquistas trabalhistas alcançadas até então. O movimento começa em 1936, por uma iniciativa de dona Laudelina de Campos Melo, ela e muitas outras pioneiras, perceberam a necessidade de se colocarem em luta pela sindicalização”, disse Isadora Brandão, secretária nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos.

“Me sinto honrada de estar representando a FENATRAD e a segundo maior categoria de mulheres negras do país. Continuamos seguindo os passos de dona Laudelina e de muitas outras, e na atual conjuntura, estamos aqui para discutir o trabalho escravo. Estamos aqui para pedir e nos unir para que esta prática não aconteça e que essa situação mude”, afirmou Lúcia Helena Conceição de Souza.

Na ocasião, Valdirene Boaventura contou a sua história de trabalhadora doméstica resgatada do trabalho infanto-juvenil, que iniciou o trabalho aos 8 anos. Ela sofreu violência sexual do empregador aos 12 anos.
“Uma vizinha de uma antiga empregadora me ajudou a sair do trabalho escravo. Fui resgatada pelo Sindoméstico/Ba, por Creuza Oliveira. Sabemos que mesmo diante dos avanços ainda presenciamos o resgate das trabalhadoras domésticas do trabalho escravo. Nosso sindicato está correndo atras para que esta prática seja abolida”, disse.

Durante o evento, foi lançado também o canal do Disque 100 para combate ao trabalho escravo doméstico.

Estiveram presentes, o ministro Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida; o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome do Brasil, Welligton Dias; a secretária executiva do ministério da Mulher, Maria Helena Guarezi; a deputada estadual de São Paulo, Ediane Maria (PSOL); secretária nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Isadora Brandão; representante da Comissão Pastoral da Terra, Brígida dos Santos; e a diretora executiva da Themis, Gênero, Justiça E Direitos Humanos, Márcia Soares.

Com informações do site do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania

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