Publicado no dia 6 de junho de 2023

A secretária de Políticas para as Mulheres da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (FENATRAD), Maria Isabel Castro Costa, participou, no último sábado (3), do quadro “Em Dia com a Ciência” da TV UFMA, da Universidade Federal do Maranhão, sobre Trabalho Doméstico Escravo.

Na ocasião, Maria Isabel contou a sua experiência como vítima do trabalho escravo desde os oito anos de idade. “Fui trazida do meu lugar de origem, que era terra de escravo, uma dona de um casarão local, disse a minha mãe que quando eu nascesse, era para ser entregue a ela. Eu apanhava muito e era chamada de porca, preta nojenta”, disse. Após alguns anos, Maria Isabel foi resgatada da casa pelo seu irmão.

Resgates

O resgate de trabalhadores domésticos em condições análogas à escravidão tem aumentado, segundo dados do Ministério do Trabalho e Previdência. Em 2021, a pasta registrou 31 casos, maior número desde 2017, quando passaram a ser separados registros dessa modalidade.

A Divisão para Erradicação do Trabalho Escravo do Ministério da Economia (DETRAE), departamento responsável por traçar e implementar as diretrizes nacionais para que a Superintendência da Inspeção do Trabalho desempenhe sua missão institucional de erradicação do trabalho análogo ao escravo, afirma que de 2017 a 2021, foram registrados 43 resgates.

Denúncia

No dia 27 de abril deste ano, em comemoração ao Dia Nacional da Trabalhadora Doméstica, os atendentes do Disque 100 começaram a receber denúncias anônimas sobre possíveis casos de trabalhadoras domésticas submetidas a condições degradantes de trabalho. A iniciativa foi idealizada pela Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos e pela Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, do Ministério dos Direitos Humanos.

O Disque 100 recebe, gratuitamente, ligações feitas de telefones fixos ou móveis, de todo o país. Funciona 24 horas por dia, incluindo sábados, domingos e feriados.

Confira a entrevista completa