Cleide Pinto apresenta resultados do estudo ‘Racismo, Discriminação e Violências de Gênero no Mundo do Trabalho’ promovido pela CONLACTRAHO

Publicado no dia 4 de abril de 2024

Ocorreu, nesta quarta-feira (3), através de uma live, o lançamento dos resultados do estudo sobre ‘Racismo, Discriminação e Violências de Gênero no Mundo do Trabalho’, promovido pela Secretaria Geral da Confederação Latino-Americana e Caribenha de Trabalhadoras Domésticas (CONLACTRAHO). O evento foi transmitido pelo Facebook da entidade (conlactraho.org) e pela plataforma Zoom.

A apresentação do resultado foi feita pela secretária geral da CONLACTRAHO, Cleide Pinto, também coordenadora de Atas da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas e presidenta do Sindicato dos Trabalhadores Domésticos de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro.

O estudo beneficiou cerca de 2500 trabalhadoras domésticas, e foi realizado nos países, Equador, Colômbia, Brasil, México e Honduras. Foram realizadas 11 entrevistas, 500 questionários foram aplicados.

Confira os resultados:

Violência baseada em gênero

De 502 trabalhadoras domésticas que responderam a pergunta “Viveu ou vive algum tipo de violência”, responderam 25%; das 126 mulheres que sofreram violência, foram vítimas de violência verbal 75%, violência psicológica foram 68%, violência sexual responderam 21% e sofreram violência física 19%.

Sobre a violência nos locais de trabalho, 87% responderam que sofreram. Das trabalhadoras domésticas indígenas, o resultado foi de 47%.

“Este estudo nos ajudou a compreender o mundo machista que querem nos impor”, disse Cleide Pinto.

 Discriminação e Racismo

Neste quesito, 42% das entrevistadas viveram ou vivem algum tipo de discriminação por ser trabalhadora doméstica. Sobre o racismo, 38% das trabalhadoras viveram ou vive algum tipo de racismo em seu local de trabalho.

Estratégias

Cleide Pinto apresentou também as estratégias definidas pelo estudo para impulsionar mudanças reais na vida das trabalhadoras domésticas. Com relação a violência, o estudo recomenda o fortalecimento da consciência de gênero nos sindicatos e organizações; a revalorização do trabalho doméstico; a renegociação das condições de trabalho; a inclusão da violência de gênero nas agendas sindicais; tratamento específico da violência sexual, a colaboração internacional e o reconhecimento do direito ao cuidado.

Sobre discriminação, o estudo elencou como recomendações, a conscientização, a sindicalização, o combate aos preconceitos de origem geográfica; difusão de histórias de empoderamento diante da discriminação; apoio legal e assessoria; participação na construção de políticas públicas; empoderamento através de redes de apoio e cumprimento de direitos (agendas sindicais).

Para combater o racismo, as estratégias são: incluir ações antirracistas nas agendas sindicais; acesso e conhecimento da legislação internacional contra o racismo; incidência para a reforma/criação de leis antirracistas e gerar material comunicativo sobre os temas de racismo e ações antirracistas.

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