
Ocorreram, em Salvador e Feira de Santana, aulas inaugurais do Programa Mulheres Mil, que reuniram, respectivamente, nos últimos dias 12 (sexta-feira) e 15 (segunda-feira), trabalhadoras domésticas que irão participar do curso de cuidadora. Em Salvador, a atividade ocorreu no IFBa, parceiro do projeto.
O projeto também é realizado pela FENATRAD, SINDOMÉSTICO/BA, Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Ministério das Mulheres (MMulheres) e Ministério da Educação (MEC).

A iniciativa tem como principais diretrizes possibilitar o acesso à educação, reduzir desigualdades sociais e econômicas entre mulheres, promover a inclusão social, defender a igualdade de gênero, combater a violência contra a mulher, garantir o exercício da cidadania e ampliar as oportunidades de inserção no mundo do trabalho.
A presidenta do SINDOMÉSTICO/BA, Milca Martins, destacou a emoção de acompanhar o início dessa nova etapa para as trabalhadoras.
“Estive na aula inaugural com 60 trabalhadoras que irão participar do curso de cuidadora. Como FENATRAD e como SINDOMÉSTICO/BA, este é um momento importante para a garantia de direitos trabalhistas e de cidadania. Fiquei emocionada porque me lembrei de como cheguei ao sindicato, através do TDC. Voltar às minhas origens me fortalece e me mostra que estamos no caminho certo. Como diz Paulo Freire, a educação transforma as pessoas.”
Milca também ressaltou que o programa abordará temas fundamentais. “Dentro desses módulos vamos discutir não só os direitos trabalhistas, mas também direitos humanos, direitos da criança e da mulher, violência no local de trabalho, acidentes de trabalho e até curso de oratória. É uma oportunidade de capacitação e de fortalecimento das nossas companheiras para melhorar salários, negociar com o empregador e se tornarem grandes lideranças.”
A aula inaugural em Feira de Santana contou com a presença de Creuza Maria Oliveira, secretária de Formação Sindical e de Estudos do SINDOMÉSTICO/BA e referência nacional na luta das trabalhadoras domésticas.
Creuza compartilhou sua trajetória de formação política, relembrando o quanto foi desafiador, ainda jovem, sair escondida para participar de cursos de formação em Pernambu. “Foi esse processo que me formou politicamente. Disse às estudantes que este curso serve para empoderar e conscientizar politicamente. Relembrei o dia em que dona Laudelina foi falar com Getúlio Vargas para incluir as trabalhadoras domésticas na CLT – o que não aconteceu na época – e destaquei os 53 anos da lei que garantiu a carteira assinada. Precisamos lutar juntas para defender os nossos direitos.”
Também estiveram presentes no encontro: Adriana Gomes, Priscila Uzêda do Vale, Vigna Nunes Lima, Luciana Mota e Nívea Cerqueira, reforçando o compromisso coletivo pela formação e fortalecimento das trabalhadoras domésticas.
