Encontros realizados entre os dias 12 e 14 de outubro reuniram lideranças do Brasil, da Colômbia e do Reino Unido em debates sobre direitos, reconhecimento e solidariedade internacional das trabalhadoras domésticas

A Confederação Latino-Americana e Caribenha de Trabalhadoras Domésticas (CONLACTRAHO) e a Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (FENATRAD) participaram de uma série de atividades em Londres (Reino Unido), entre os dias 12 e 14 de outubro, destacando a força, a trajetória e os desafios das trabalhadoras domésticas e a importância de cuidados com os imigrantes.

As ações ocorreram em diferentes momentos e espaços da cidade. No dia 12 de outubro, aconteceu uma atividade com a associação e o sindicato das trabalhadoras domésticas do Reino Unido, que reúnem majoritariamente mulheres imigrantes. O encontro teve como objetivo compartilhar experiências e fortalecer redes de solidariedade entre trabalhadoras de diferentes países.
Já no dia 13 de outubro, foi realizado o encontro “Mulheres que Sustentam o Mundo”, organizado pelo Democracy for Brasil UK e pela Rede Internacional de Café com Paulo Freire, com apoio da University College London (UCL). A atividade, que reuniu brasileiros residentes em Londres, contou com a presença de Cleide Pinto, secretária-geral da CONLACTRAHO e coordenadora-geral da FENATRAD, e de Yenny Hurtado, liderança colombiana e fundadora da Confederação Latino-Americana de Trabalhadoras Domésticas.

Encerrando a programação, no dia 14 de outubro foi realizado o seminário de encerramento do projeto de pesquisa de Louisa Acciari, na University College London (UCL) — Universidade de Londres. O evento reuniu pesquisadoras e lideranças do movimento, incluindo Cleide Pinto e Yenny Hurtado como palestrantes convidadas.
Louisa Acciari, coordenadora de projetos da FENATRAD e coordenadora de pesquisa na UCL, conduziu o seminário, que apresentou resultados sobre os impactos da pandemia de COVID-19 na vida das trabalhadoras domésticas e de cuidados com os imigrantes, reforçando a importância do reconhecimento desse trabalho como essencial para a sociedade.
Durante sua fala, Cleide Pinto destacou a história de resistência e organização das trabalhadoras domésticas no Brasil, iniciada em 1936 com Laudelina de Campos Mello, e a importância da solidariedade internacional na defesa dos direitos da categoria:
“É mais difícil ser um trabalhador doméstico migrante. A situação é difícil para nós em todos os lugares — mas ainda mais quando estamos longe do nosso país. No entanto, o que vejo aqui é força e organização. Vocês devem entender seu poder, porque sem vocês, seus empregadores não podem fazer nada. Eles precisam de vocês”, afirmou.
As atividades reforçaram que o trabalho doméstico é um pilar fundamental da economia global e que a luta por igualdade e dignidade só avança com organização, solidariedade e persistência.
